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COLUNISTAS - Diego Arrebola
Bebendo (bem) nas alturas!
20/06/2013

Já é fato consumado que empresas aéreas sempre disponibilizaram um sortimento de bebidas alcoólicas de primeira linha em suas classes executiva e primeira.  Neste contexto, o vinho muitas vezes ocupa um lugar de destaque, entretanto, para a classe econômica, também é cada vez maior a oferta de produtos de boa qualidade, em especial no caso de companhias de países tradicionalmente produtores.

Esta crescente demanda, gera uma constante preocupação em contar com consultores externos, e muitas vezes famosos, para a elaboração de suas Cartas de Vinhos. Entre os brasileiros, temos o Dr. Arthur Azevedo, da ABS São Paulo, há vários anos responsável pela seleção de vinhos da TAM, e o Chef e Sommelier ítalo-brasileiro Dânio Braga, responsável pela seleção da portuguesa TAP.

Embora as seleções de vinhos para classe econômica tenham uma melhora significativa em tempos recentes, são nos assentos mais caros onde encontramos os melhores produtos e o melhor serviço, com taças de verdade, que permitem uma adequada degustação. No que se refere à degustação é importante lembrar que, no ambiente de baixa pressão da cabine de uma aeronave, nossa percepção olfativa é alterada, o que só reforça a necessidade de bons vinhos e boas taças, a fim de garantir uma experiência prazerosa ao passageiro.

Em uma recente (e longa) viagem ao Japão, sobre a qual falarei um pouco mais em outro artigo, tive a sorte de por um gentil convite da Qatar Airways, desfrutar do conforto de sua premiada bussines class em um dos trechos de Doha até São Paulo, e partilho com vocês algumas impressões, em especial a respeito do serviço e da seleção de vinhos.

Como em geral e padrão em todas as empresas, aqui o serviço é feito em taças de verdade, e não de plástico, ou ainda copos baixos de vidro, como é comum. Isso, por si só, já enriquece significativamente a experiência de degustação. Aliado a isso, a Carta de vinhos trás uma seleção cuidadosa, com produtos escolhidos das melhores procedências, e ainda informações completas sobre cada um deles como uvas, safras e informações sobre os produtores. Existe uma preocupação em cobrir estilos variados, com vinhos do novo e velho mundo, versáteis o suficiente para adaptarem-se a uma variedade de pratos e paladares.

Entre meus destaques da Carta da Qatar Airways, ficam os seus dois Champagnes, Bollinger Brut Rosé e Lanson Vintage 1999, um belo branco alemão, o Erdener Treppchen Spätlese Riesling do produtor Dr. Loosen, um Brunello di Montalcino mais maduro, o Castel Giocondo 2003, da Frescobaldi, e um ótimo Porto Colheita 1974, cujo nome, por absoluto e imperdoável desleixo, não anotei. Além destes, ainda havia um Bordeaux 2006 Cru Bourgeois de ótima procedência, um belo Sauvignon Blanc neozelandês, entre outros.

Toda a equipe de bordo estava devidamente bem orientada em relação à liturgia particular do serviço dos vinhos, atentando para volume servido, reposição, troca de taças, temperatura e etc.

Com o constante aumento do mercado consumidor de luxo, em especial em países em desenvolvimento como o Brasil, apresentar uma ampla seleção de serviços e produtos diferenciados, é uma necessidade premente de todas as empresas aéreas que buscam fidelizar clientes em seus assentos mais caros. Nesta equação, o vinho, produto cada vez melhor compreendido e respeitado, ocupa, sem dúvida, uma posição de destaque.

Diego Arrebola

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